sábado, 27 de fevereiro de 2010

Oportunidade Única

A verdade é que Adilson Baptista nunca foi unanimidade. Particularmente, detestei quando o Cruzeiro o anunciou como treinador. Não quero ser pretensioso, mas assim como 90% da torcida, eu sabia que ele viria para aprender na Toca, pois ainda não possuía a experiência necessária para comandar um time como o Cruzeiro.

Embora ele seja teimoso e inventor, principalmente quando não deve, aprendi a gostar do Adílson pelo seguinte motivo: desde o Luxemburgo, ele foi o primeiro comandante a colocar o Atlético-MG no seu devido lugar. E não digo isso por causa da enorme série de vitórias contra o time alvinegro e sim pelo modo como ele enxerga o rival.

De fato, o Galo Mineiro ainda é o grande adversário do Cruzeiro aqui em Minas. Aqui em Minas, repita-se. Ainda que a verdade doa para os apaixonados torcedores atleticanos, os quais têm todo o meu respeito, o Cruzeiro cresceu e o Atlético-MG parou. E vejo isso até como uma necessidade para a Raposa, explico: o futebol mineiro não possui força econômica para comportar dois clubes gigantes.

Foi nesta ferida que Adílson colocou o dedo. A imprensa mineira não se conforma, para ela, seria um verdadeiro absurdo o técnico celeste escalar um time misto em eventual decisão contra seu querido Galo. Ora, Adílson enxergou que o Cruzeiro só será um dos gigantes no novo cenário do futebol brasileiro se romper as amarras regionais.

Resumindo, ou seremos o Barcelona que mesmo longe do centro econômico do país rivaliza com o Real Madri, ou nos rebaixaremos como um Sevilha, capaz de ficar super-satisfeito por ficar a frente do rival Bétis e vez ou outra beliscar uma vaguinha no torneio continental. Basta agora a torcida abraçar essa idéia e para isso temos que “esquecer” o rival local, está claro que eles já não sobrevivem sem o Cruzeiro. É hora, portanto, de provar nossa auto-suficiência doa a quem doer.

Por fim, quero ressaltar o óbvio, nem o Adílson, nem eu e nem ninguém pode ter a ambição de acabar com o a rivalidade entre Cruzeiro e Atlético-MG, ela é eterna. Ocorre que, ao menos para nós, ela deverá repetir o teor existente entre Manchester United e Manchester City, Juventos e Torino, Real Madri e Atlético, Liverpool e Everton. Aliás, vale lembrar que mantemos até hoje a rivalidade com o América.

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